domingo, 29 de novembro de 2015

Alterações do sistema hemostático nos pacientes com diabetes melito tipo 2



No sistema hemostático de indivíduos com diabetes, podem haver complicações cardíacas, sendo elas micro e macrovasculares.

As complicações microvasculares comuns são nefropatia, retinopatia e neuropatia e, entre as macrovasculares destacam-se a doença arterial coronariana, o acidente vascular cerebral  e a doença arterial obstrutiva periférica.

As alterações mais encontradas são:

è Endoteliais
Presente na parede de vasos, o endotélio contribui para a fluidez do sangue e, apresenta propriedades anticoagulantes que estimulam o sistema fibrinolítico (sistema capaz de dissolver o coágulo). Quando há alterações, um processo inflamatório que atua junto com hipertensão e altos níveis de colesterol e triglicerídeos (também conhecido como dislipidemia) podem proporcionar a formação de placas ateroscleróticas que podem aparecer em pacientes diabéticos e não se manifestar.
Existem duas maneiras de avaliar a integridade vascular: a determinação da trombomodulina plasmática (uma proteína de membrana) e pelo fator de von Willebrand. A trombomulina plasmática determina, através de resultados com altos níveis de concentração, uma lesão no endotélio, reduzindo a sua eficácia na coagulação e, o fator de von Willebrand determina, com a concentração alta, um possível desenvolvimento de doenças de doenças cardiovasculares havendo disfunções microvascular e macrovascular.

è Plaquetárias
As plaquetas são fragmentos do sangue responsáveis por controlar uma lesão e formar um tampão plaquetário (as plaquetas interagem com o subendotélio, isolando o local).
Esse procedimento envolve algumas etapas como adesão, mudança de forma, agregação e secreção de grânulos das plaquetas.
Com o efeito osmótico da glicose, a hiperglicemia aumenta a propensão das plaquetas a se agregarem e, sem estar claro na literatura, esse processo pode contribuir para uma maior propensão a eventos trombóticos arteriais.

è Fatores de coagulação
Em condições normais, esses fatores se apresentam em forma inativa. Uma sequência de reações ocorrem quando esses fatores são ativados, convertendo fibrinogênio em fibrina.
O fibrinogênio se encontra aumentado nos pacientes diabéticos e, o seu aumento é considerado um fator de risco independente para a doença cardiovascular.
O tratamento com metformina apresenta resultados significantes com redução dos níveis de fibrinogênio nos pacientes.
Um dos efeitos da hiperglicemia no sistema hemostático é observado na molécula de fibrinogênio, que quando está na na forma de fibrinogênio glicado, resulta na formação de um coágulo de fibrina mais denso, com fibras mais finas e resistentes à desagregação dos coágulos sanguíneos.
O tratamento com estatinas (classe de medicamentos redutores de colesterol e da morbidade e mortalidade cardiovascular) exerce o efeito direto sobre os lipídios, e também reduz os níveis plasmáticos de um fator de coagulação que, consequentemente, regula a coagulação.


è Anticoagulantes naturais
Existem dois grupos: inibidores de serino proteases e inibidores de cofatores ativados. Esses grupos permitem a formação de fibrina até a área onde há lesão no endotélio e, a deficiência desses inibidores é considerada um fator de risco para a eventos trombóticos pois, quando reduzidos, comprometem a eficácia dos anticoagulantes naturais.


è Sistema fibrinolítico
Depois do endotélio se reconstituir, o coágulo de fibrina é degradado pela ação do sistema fibrinolítico (plasminogênio se converte em plasmina). Este é regulado por ativadores e inibidores: inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1 (inibe os ativadores do plasminogênio tipo tecidual e tipo uroquinase) que reduz a geração de plasmina e, outros  inibidores atuam sobre a plasmina (onde inibe a ação catalítica).



Postado por: Gabriela Portilho 

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